Pode não parecer, mas mesmo sem fazer nada,
nosso corpo está consumindo energia. Internamente,
nossas células estão em constante funcionamento com o único objetivo de nos
manter vivos. Nosso corpo tem várias fontes de energia – que são os
carboidratos, lipídios e proteínas. Eles passam por inúmeras vias metabólicas
para chegar a uma molécula chamada ATP. Essa molécula é quebrada e energia é
liberada.
Nossa sociedade evoluiu para um ponto em
que comida está disponível demais. Numa época que não havia tanta comida, nosso
corpo precisava se manter vivo a todo o custo, e por isso, tem inúmeras
maneiras de economizar energia e
nutrientes, para evitar que a gente morra. E a gordura (lipídios) é
justamente o mais precioso, porque fornece muita energia.
A fonte de energia preferida da maioria dos
órgãos do nosso corpo é a glicose. E
a glicose é obtida principalmente de carboidratos.
Nós temos glicose guardada no corpo sobre a forma de glicogênio, no fígado e nos músculos. Mas é pouco, e quando a
quantidade de glicose no sangue baixa (jejum) , o fígado converte glicogênio em
glicose e quase todo o uso é do cérebro. Sem energia, todos os órgãos e tecidos
do seu corpo morrem. Vias
metabólicas para uso de proteínas e gordura são ativadas. Essas vias produzem
glicose e corpos cetonicos; os corpos cetonico, em muito excesso, são tóxicos.
Essas substâncias são utilizadas como fonte de energia. Mas ao mesmo tempo que
está queimando gordura, também está queimando músculo, e isso é muito perigoso
para a saúde. E
claro, isso “emagrece”. Mas qual é o custo disso para seu metabolismo?
Estresse.
Ninguém foi feito para passar fome. O jejum prolongado é interpretado pelo seu
organismo como morte iminente, e eu acredito que isso já é o suficiente para
pensar que fazer jejum não faz bem para ninguém. Seu
corpo entende que a comida do mundo acabou (por qual motivo logico alguém passaria fome se tem
comida disponível?), ele vai tentar economizar o máximo as reservas que ele
tem, com o objetivo de se manter vivo por o mais longo tempo possível. Então
ele vai diminuir o gasto enérgico, e principalmente, evitando consumir aquela
substância muito importante em momentos dificuldades – a gordura. Seu
metabolismo baixa, e ai que entra o efeito platô. Dietas muito restritivas é
uma das principais causas de efeito platô (vou falar melhor sobre ele em outro
texto, especifico).
A hipoglicemia aumenta o cortisol no sangue, também muito
conhecido como “hormônio do estresse”. Em altas quantidades, que é o que
acontece no jejum, esse hormônio estimula a diferenciação dos adipócitos, ou
seja ele “cria” mais células armazenadoras de gordura, o que dificulta o
emagrecimento. A elevação do cortisol
diminuiu a imunidade, facilitando você ficar mais doente. Ele também influencia
em vias que promovem a obesidade central, ou seja, o crescimento da barriga.
Jejum prolongado e exercícios físicos
intensos diminuem a concentração sanguínea de leptina; a leptina é responsável por reduzir a ingestão alimentar,
e do metabolismo de carboidratos e gorduras. Os estudos sugerem que a falta de
leptina aumentam a fome e diminuem o metabolismo. Tudo o que você quer evitar num emagrecimento. Seu corpo acha que
está morrendo de fome, então sua fome fica maior e você vai querer comer mais.
Fora o efeito “Tudo o que é Proibido é muito mais gostoso”. Baixos níveis de
leptina induzem a hiperfagia (ou comer demais). Então, se você quer emagrecer e
está comendo de pouco em pouco tempo, você está informado ao seu corpo que tem
comida disponível, então não tem problema ele queimar energia e gordura, já que
essa ingestão de comida ainda deve ser menor do que o necessário, para assim
emagrecer. Mas não muito menor que o necessário, porque o efeito é o oposto do
desejado.
Todos nós precisamos comer para
permanecermos vivos. Jejum prolongado não é algo que faça bem ao funcionamento
do metabolismo. É possível escrever livros e livros explicando o porquê, nesse
texto quis focar nos pontos principais. Resumindo,
seu corpo necessita de energia para permanecer vivo, e essa energia vem dos
alimentos. Sem energia, nosso metabolismo coloca um aviso: morte iminente!
Fazendo todo seu organismo poupar o gasto enérgico. E o que mais queremos ao
emagrecer é gastar energia.
E jejum desintoxica o corpo? Eu também vou
fazer um texto explicando o que é desintoxicação do corpo, mas para dar uma
adiantada: nosso corpo tem o fígado, e várias outras células, enzimas, vias
metabólicas prontas para desintoxicar. Tudo o que comemos passa pelo fígado,
que desintoxica e excreta o que não é útil para o organismo pela urina. Alguns
alimentos – principalmente os industrializados – contêm mais substâncias
estranhas ao organismo, dando mais trabalho para ser desintoxicado. Uma
alimentação que diminua os industrializados – alguém conhece aquela regra “Não
nada que você não reconheça os ingredientes”? Leve isso para a vida, e já é um
bom caminho para manter seu organismo mais desintoxicado.
Fontes:
GUYTON, A. –
Trato de Fisiologia Médica. 11ª Edição.
MOLINA, P. – Fisiologia Endócrina.
ROMERO, Carla Eduarda Machado; ZANESCO,
Angelina. O Papel dos Hormônios leptina e
grelina na gênese da obesidade.
Escrito por: Daniela Mendes. Estudante de medicina, e sua área favorita é sobre transtornos alimentares e de auto-imagem. Depois de ler muita bobagem sobre emagrecimento e saúde, resolveu tentar levar algum conhecimento, para ajudar as pessoas encontrarem a saúde.
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