26 novembro, 2012

Síndrome de patinho feio

Oe!
Eu sou linda!
Eu não me acho. Eu sou!

Explicando: eu falei sou linda, isso NÃO quer dizer sou melhor que você, sou superior a você, mais bonita que você, perfeita sem falhas, narcisista, popularmente aceitável, modelo, capa de playboy, ou qualquer que seja o pensamento distorcido que caiba quando uma mulher diz que é linda.

Isso apenas quer dizer que estou me olhando com uma outra lente; lente que me permite aumentar o zoom em todas as áreas positivas e apreciar cada mínimo detalhe pelo valor que realmente tem, sem ter que me comparar com qualquer outro estereotipo do que é considerado beleza.

Passei minha vida inteira com a síndrome de patinho feio. Não sei se a denominação existe, mas é o que mais perto pra minha realidade. Na minha cabecinha eu sempre fui a gorda, a que não merece ser amada, a escanteada, a piada do grupo, a coitadinha, e etc. Notem que eu disse: na minha cabecinha, porque isso não condiz exatamente com a realidade, só é o zoom aumentado de algumas atitudes preconceituosas de quem age por ignorância/maldade, a quem eu dava extrema importância.

A partir desse ponto de vista distorcido eu fundei minha base de insegurança, não acreditava em mim e nunca achei que seria capaz de mudar e conquistar algo bom na vida. Os outros escolhiam por mim o meu próprio destino pois afinal pra que me importar se eu mesma não achava que merecia nada de bom?
Tinha raiva e geralmente descia o verbo nas "populares" e meninas consideradas pela maioria como exemplos de beleza. Na verdade queria ser uma delas e como não conseguia, julgava como a pior classe da face da terra. Eu sei é triste mas coisa linda é o progresso do ser, e eu posso dizer que evolui e muito nesse setor.

Não posso dizer que estou completamente curada da minha síndrome mas com muita força de vontade consegui mudar o foco de beleza para bem estar e isso requer coragem. Mas uma coragem imensa de quebrar e revoltar os padrões, quase uma raiva que explodiu depois de tantos anos ou vivendo presa em ilusões ou me odiando por não saber dar valor a quem eu era.

Todos nos somos dignos de amor e nos vermos com mais carinho. Não há razão alguma no mundo que você seja desmerecido em comparação com qualquer que seja. Sempre há o bom, sempre há um motivo a ser grato, basta trocar as lentes e escolher ser corajoso.

Antes de criticar alguém sempre pare pra pensar antes de falar:
Isso vai ajudar essa pessoa em que?
Vai me ajudar a evoluir?
Isso não é apenas um reflexo da minha própria insegurança?

Se você não está feliz com o seu corpo, avalie os motivos:
Estou dando o real valor que mereço?
Por que não estou satisfeito, será que estou me comparando com os outros ou quero ser o melhor que EU sou capaz de ser?
Eu sei qual é o meu melhor?

Esses são apenas pensamentos aleatórios, o assunto é muito mais complexo. Eu ajo energicamente todos os dias pra re-treinar minha mente a focar nas coisas boas. Leio e muito mensagens de auto estima, amor próprio, como lidar com os traumas de ter sido obesa a maior parte da minha vida e coisas do gênero porque basta um comentário de alguém mais próximo não tão bem colocado pra vir a tona as feridas que carrego.

Cada um sabe de suas dores, não há dor pequena nem grande, existe a sua dor e ela é real, é sua e você é que tem que descobrir o melhor jeito de lidar com ela. Respeito é necessário. Sempre.

"Pessoas fortes não colocam ninguém pra baixo, elas as levantam."





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