20 janeiro, 2013

O que não mata, engorda.

Oi meu nome é paula e eu sou uma viciada.
Viciada em comida.



Comida passou de combustível pra seu corpo funcionar e agora é centro de atenção. Comemos porque "estamos afim", exageramos a porção porque já é hábito, vamos a dispensa quando estamos ansiosos, abrimos a geladeira pra pensar e decidir pelo que der vontade.

A dificuldade de tirar a emoção do ato de comer é um verdadeiro desafio pra muitos que lutam contra a balança ou estão querendo ter hábitos mais saudáveis. E esse foi meu grande problema nos últimos anos.

Por uma série de fatores comecei a ter crises de compulsão alimentar. Comia, comia, comia, comia até passar mal. Depois vinham peso de consciência e tentativas frustradas de "correr atrás do prejuízo" na academia.
E daí se formou o ciclo vicioso em que toda vez que eu estava em extremo estresse/ansiedade/raiva eu descontava tudo na comida e me sentia um lixo sabendo que dali era um passinho pra ir achando todos os kilos que já havia perdido. E foi o que aconteceu.
Pouquinho a pouquinho fui vendo os números na balança aumentando, auto-estima baixando e até meu relacionamento com amigos e família sendo prejudicados.
O negócio foi ficando feio, e o desespero subindo pra cabeça. Comecei a restringir comida ao máximo, contando calorias e ficando numa média de 1.000-1.200 gastando por volta de 700-1000  na academia numa rotina diária extenuante. Mal sabia eu a porcaria que estava realmente fazendo.

O que acontece com seu corpo quando você restringe demasiadamente o que come de uma hora pra outra é triste. Seu corpo está em choque e os instintos de sobrevivencia são ativados pra se ajustar a nova situação. Se você começa a ingerir menos do que seu corpo precisa pra funcionar normalmente, ele começa a "economizar" energia fazendo você se sentir sempre cansado e faminto, e também vai começar a usar massa muscular como combustível- ou seja, você estará perdendo sua massa magra. Como eu me restringia voluntariamente- porque comida é o que não falta- em qualquer situação que perdesse meu auto-controle (stress, raiva, extrema ansiedade) eu comia descontroladamente. Mas porque meu corpo só estava querendo garantir que eu sobrevivesse e eu lutando pra privar ele do básico.

Comprei o livro Brain Over Binge onde a autora Kathryn Hansen conta sua história de como se recuperou de crises de compulsão alimentar e bulimia (no caso dela-assim como eu- era exercitar pra compensar) e ai comecei a entender esse processo e saber como lidar com esse problema que já não era só meu, mas de todos ao meu redor.
Foi um processo doloroso e angustiante. Fiquei super depressiva e com a auto-estima mais que subterrânea. E o pior de tudo é que não parei de engordar. 
Ela explica que mesmo depois de ajustar as calorias e não tentar compensar de forma alguma em se exercitar demais, seu corpo ainda continua com os instintos do "cérebro animal" de sobrevivência e ainda pede por grandes quantidades de comida de uma só vez. A chave pra desligar esses instintos é se acalmar e ser seu "cérebro racional" sem brigar com o instinto ou seja, não é tentar se convencer do porque que você não precisa comer demasiadamente e sim se acalmar e deixar esse pensamento passar pois ele não faz sentido. Queridos isso é difícil tá? Vai dizer pra uma pessoa viciada em comida que a fome dela é psicológica pra ver o que acontece...É barra. Mas apareceu uma luz. E a luz veio em forma de terapia.
Uma luzinha brilhou em uma sessão única que tive e toda força de vontade do mundo re-surgiu, dessa vez com planos pré-estabelecidos e muita disciplina.
Uma guerra em nome da minha paz pessoal. Criei o blog, criei uma rede social de apoio = AMIGOS de verdade e coloquei minhas lentes de gratidão por enxergar e dar valor a quem sempre esteve do meu lado.
Ví o quanto estava sendo egoísta em termos de só machucar a mim (literalmente) e com os que amo ao agir dessa forma e dei um basta em aceitar calada aquela situação.
Mas o processo foi bem mais complicado do que posso expressar num post. Enfim...

Ajustei minha quantidade calórica o que me fez engordar mais ainda até achar equilíbrio físico há pouco mais de 2 meses... Uma calculadora on-line que vi recomendada em outro Blog (Go Kaleo) é essa  AQUI, parece complicada mas não tem bicho papão. Recomendo pra você ter uma idéia de quanto precisa pra manter seu peso e/ou quanto pra poder chegar ao peso que deseja. Vou ainda fazer outro post sobre a minha visão em "peso ideal", que só pra avisar, eu NÃO acredito que exista um peso "ideal" pré-estabelecido pra cada altura  mas tudo bem. EU sou meio do contra mesmo. Eu vivi isso, não foi ninguém que me contou ok.

Minha paixão por fitness ainda me consome mas hoje eu doso muito bem obrigada, de forma a manter meu bom-humor e o relacionamento com os que amo em dia. E a principal função de me manter ativa é saúde, e não compensar o que comi, nunca mais!

Nunca mais tive uma crise de compulsão e estou livre pra comer tudo que quiser em quantidades ideais a saciar minhas necessidades nutricionais (oooh "fisolofei" rsrs).
Não foi do dia pra noite, não foi fácil e nem nunca posso dizer que estou absolutamente curada pois faz parte de mim, mas todo dia eu sou grata por ter sido mais um dia positivo e livre de compulsividade.

Namastè ;)

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Atualização:

Não acredito mais que sou "viciada"em comida. Depois de muito pesquisar, vi que estava muito desequilibrada ainda e que meu metabolismo estava completamente desregulado. O real porque, eu conto nesses dois posts: Recuperando o Metabolismo I e Recuperando o Metabolismo II 

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5 comentários:

  1. Eu adoro ler seu blog pq me levanta do comodismo q me coloco qdo me vejo sem saida pra uma vida mais saudável... E olhe que tô num caminho q pra muitos já é dificil heheh eu chego lá!

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    1. Chegaremos sim amore! É difícil pra todo mundo, não pense que pra mim é natural, é a força do hábito e a vontade louca de sempre me superar junto com a energia que vocês me passam que é essencial. A rede de apoio é tudo neguinha conta aqui com a gente ;***

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  2. Então quando você fala do livro Brain Over Binge, ele não te ajudou?

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    1. Ajudou sim! Mas acabei de complementar esse post com os outros 2 posts que contam o que realmente eu tinha. Dá uma lidinha lá ;)

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